Desde que foi condenado no julgamento do mensalão, Valdemar Costa Neto (PR-SP) vive às sombras na Câmara dos Deputados: não apresentou projetos de lei, não assumiu a relatoria de projetos relevantes e jamais participou dos debates acalorados em plenário, apesar de receber mensalmente o salário de 26 700 reais, além do direito a funcionários e à verba de gabinete.
Às vésperas de ser preso, Costa Neto superou, nesta terça-feira, o próprio recorde: ficou menos de cinco minutos na Casa – tempo suficiente apenas cumprir para a formalidade de bater o ponto e ir embora. O deputado entrou na Câmara, tomou o elevador, registrou presença e, a passos largos, retornou para o carro que o aguardava. Questionado pelos jornalistas, o condenado a sete anos e dez meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva limitou-se a dizer que está “tranquilo”.
O parlamentar aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre sua prisão, o que deverá acontecer até o final desta semana. Além do mandado de Valdemar, o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, poderá expedir a qualquer momento a ordem de prisão do deputado Pedro Henry (PP-MT), do delator do esquema, Roberto Jefferson, do ex-deputado Bispo Rodrigues, do ex-dirigente do Banco Rural Vinícius Samarane e do advogado Rogério Tolentino.
(Marcela Mattos, de Brasília)